O que é função?

1 - Definição


Dados dois conjuntos A e B não vazios, chama-se função (ou aplicação) de A em B, representada por

f: A  B ; y = f(x) , a qualquer relação binária que associa a cada elemento de A , um único elemento de B .

Portanto, para que uma relação de A em B seja uma função, exige-se que a cada x  A esteja associado um único y B , podendo entretanto existir y  B que não esteja associado a nenhum elemento pertencente ao conjunto A.



Obs : na notação y = f(x) , entendemos que y é imagem de x pela função f, ou seja:

y está associado a x através da função f.


Exemplos:

f(x) = 4x+3 ; então f(2) = 4.2 + 3 = 11 e portanto , 11 é imagem de 2 pela função f ;

f(5) = 4.5 + 3 = 23 , portanto 23 é imagem de 5 pela função f , f(0) = 4.0 + 3 = 3, etc.

Para definir uma função, necessitamos de dois conjuntos (Domínio e Contradomínio ) e de uma fórmula ou uma lei que relacione cada elemento do domínio a um e somente um elemento do contradomínio .

Quando D(f) (domínio)  R e CD(f) (contradomínio)  R, sendo R o conjunto dos números reais , dizemos que a função f é uma função real de variável real . Na prática , costumamos considerar uma função real de variável real como sendo apenas a lei y = f(x) que a define , sendo o conjunto dos valores possíveis para x, chamado de domínio e o conjunto dos valores possíveis para y, chamado de conjunto imagem da função. Assim, por exemplo, para a função definida por y = 1/x, temos que o seu domínio é D(f) = R* , ou seja o conjunto dos reais diferentes de zero (lembre-se que não existe divisão por zero) , e o seu conjunto imagem é também R* , já que se y = 1/x , então x = 1/y e portanto y também não pode ser zero.

Nota: o símbolo significa “contido em”.

Dada uma função f: A  B definida por y = f(x),

podemos representar os pares ordenados (x,y) f onde x  A e y B ,num sistema de coordenadas cartesianas .

O gráfico obtido será o gráfico da função f.



Assim, por exemplo, sendo dado o gráfico cartesiano de uma função f, podemos dizer que:

a ) a projeção da curva sobre o eixo dos x , nos dá o domínio da função .
b ) a projeção da curva sobre o eixo dos y , nos dá o conjunto imagem da função .
c ) toda reta vertical que passa por um ponto do domínio da função , intercepta o gráfico da função em no máximo um ponto .


Veja a figura abaixo, relativa aos ítens 1, 2 e 3 acima:



2 - Tipos de funções

2.1 - Função sobrejetora


É aquela cujo conjunto imagem é igual ao contradomínio .
Exemplo:

2.2 - Função injetora


Uma função y = f(x) é injetora quando elementos distintos do seu domínio , possuem imagens distintas, isto é:
x1 x2  f(x1) f(x2) .
Exemplo:
2.3 - Função bijetora


Uma função é dita bijetora , quando é ao mesmo tempo , injetora e sobrejetora .
Exemplo:


Exercícios resolvidos:

1 - Considere três funções f, g e h, tais que:


A função f atribui a cada pessoa do mundo, a sua idade.
A função g atribui a cada país, a sua capital
A função h atribui a cada número natural, o seu dobro.


Podemos afirmar que, das funções dadas, são injetoras:


a) f, g e h
b) f e h
c) g e h
d) apenas h
e) nenhuma delas

Solução:


Sabemos que numa função injetora, elementos distintos do domínio, possuem imagens distintas, ou seja:


x1 x2  f(x1)  f(x2) .

Logo, podemos concluir que:

f não é injetora, pois duas pessoas distintas podem ter a mesma idade.
g é injetora, pois não existem dois países distintos com a mesma capital.
h é injetora, pois dois números naturais distintos, possuem os seus dobros também distintos.


Assim é que concluímos que a alternativa correta é a de letra C.


2 - Seja f uma função definida em R - conjunto dos números reais tal que f(x - 5) = 4x. Nestas condições, pede-se determinar f(x + 5).

Solução:

Vamos fazer uma mudança de variável em f(x - 5) = 4x, da seguinte forma:

x - 5 = u
x = u + 5


Substituindo agora (x - 5) pela nova variável u e x por (u + 5), vem:


f(u) = 4(u + 5) \ f(u) = 4u + 20


Ora, se f(u) = 4u + 20, teremos:


f(x + 5) = 4(x+5) + 20 \ f(x+5) = 4x + 40


3 – (UEFS 2005-1) Sabendo-se que a função real f(x) = ax + b é tal que f(2x2 + 1) = - 2x2 + 2,


para todo x R, pode-se afirmar que b/a é igual a


a) 2
b) 3/2
c) 1/2
d) -1/3
e) -3

Solução:


Ora, se f(x) = ax + b, então f(2x2 + 1) = a(2x2 + 1) + b


Como f(2x2 + 1) = - 2x2 + 2, vem, igualando:


a(2x2 + 1) + b = - 2x2 + 2


Efetuando o produto indicado no primeiro membro, fica:


2ax2 + a + b = -2x2 + 2


Então, poderemos escrever: 2a = -2 a = -2 /2 = -1

E, também, a + b = 2 ; como a = -1, vem substituindo: (-1) + b = 2 \ b = 2 + 1 = 3


Logo, o valor procurado a/b será a/b = -1 / 3 , o que nos leva tranquilamente à alternativa D.


Agora resolva este:

A função f em R é tal que f(2x) = 3x + 1. Determine 2.f(3x + 1).


Resp: 9x + 5


3 - Paridade das funções

3.1 - Função par


A função y = f(x) é par, quando  x D(f) , f(- x ) = f(x) , ou seja, para todo elemento do seu domínio,


f( x ) = f ( - x ). Portanto , numa função par, elementos simétricos possuem a mesma imagem. Uma conseqüência desse fato é que os gráficos cartesiano das funções pares, são curvas simétricas em relação ao eixo dos y ou eixo das ordenadas.


O símbolo lê-se “qualquer que seja”.


Exemplo:


y = x4 + 1 é uma função par, pois f(x) = f(-x), para todo x.


Por exemplo, f(2) = 24 + 1 = 17 e f(- 2) = (-2)4 + 1 = 17


O gráfico abaixo é de uma função par.


4.2 - Função ímpar


A função y = f(x) é ímpar , quando x D(f) , f( - x ) = - f (x) , ou seja, para todo elemento do seu domínio, f( - x) = - f( x ). Portanto, numa função ímpar, elementos simétricos possuem imagens simétricas. Uma conseqüência desse fato é que os gráficos cartesianos das funções ímpares, são curvas simétricas em relação ao ponto (0,0), origem do sistema de eixos cartesianos.
Exemplo:


y = x3 é uma função ímpar pois para todo x, teremos f(- x) = - f(x).


Por exemplo, f( - 2) = (- 2)3 = - 8 e - f( x) = - ( 23 ) = - 8.


O gráfico abaixo é de uma função ímpar:


Nota: se uma função y = f(x) não é par nem ímpar, diz-se que ela não possui paridade.


Exemplo:


O gráfico abaixo representa uma função que não possui paridade, pois a curva não é simétrica em relação ao eixo dos x e, não é simétrica em relação à origem.


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